quarta-feira, outubro 03, 2007

Artigo - Humor e ridicularização de tipos humanos

O humor na TV e no teatro são um meio de atrair a atenção dos espectadores de maneira bastante forte. O humor em si não é negativo, ao contrário, é algo saudável e útil para o psiquismo humano, o que entra em questão ao observar a forma como o trabalho humorístico é desenvolvido é a linha como é realizado, se de maneira benéfica, muito bom, de forma prejudicial, algo a se filtrar.Vê-se normalmente em encenações humorísticas, tratando da questão ética da encenação em linha inferior, atributos doentios, é lástima ver, onde o mais ridículo é feito motivo de ícone e diversão com suas inerentes conseqüências psicológicas. Normalmente os atores utilizam-se de tipos teatrais com características pessoais em seus personagens que são expressões do risível de grosseiro modo, a mediocrização de tipos humanos para esses fins é algo pungente. Pessoas sem bela aparência e com linhas de cacoetes e aspecto débil são uma fonte ímpar na construção de personagens, onde as pessoas são dessa forma inferiorizadas e vistas como uma anomalia em uma sociedade de aparências e hipocrisia de falsa unidade. Pessoas são ridicularizadas em visão de outras que são o tipo perfeito em um ambiente social de aparências e estética estilizada e padronizada; os não dotados de beleza padrão, situação social/material estável, educação ou expressão bela são os modelos escolhidos para servir de riso e isso, inevitavelmente, conclui em bestialização dos sentidos que densificam-se tornando-se aptos a rir daqueles que culturalmente são adornados, mesmo que inconscientemente, como tipos para o riso. As conseqüências catastróficas repercutem na subculturação humana, desumanização e menosprezação de muitos, especialmente os pobres, que em ironia como espectadores riem dos próprios pobres auto-agredindo-se sem notar e estabelecendo relações sociais de inferiorização.
Os artistas não tem senso ético e a sexualidade é um atrativo sexista onde vulgariza-se especialmente a mulher, estupidificando o espectador que é induzido a fixar a atenção por meios que o debilitem para que haja audiência. Os seus pontos mais fracos são aqueles utilizados para atrai-lo, assim, coagindo-o.O tipo ridículo é explorado ao máximo e o que ri se vê em condição de estar contribuindo para um ambiente humano cada vez mais degradado e superficial. Obviamente, ao se identificar com uma linha de personagem de apelo grotesco para o humorismo de má qualidade o que se identifica absorve características inferiores e o seu riso diante do sem sentido o faz algo menor e com a criação de Ego(s) que o deixam em estado degradante, caótico, vexaminoso onde o bizarro do show assume parte de seu agir que vem a ser estúpido, idiota e não menos, similar aos personagens que inspiram os risos.O humor de linha saudável é raro de ser encontrado; brincadeiras saudáveis, chistes, anedotas sem duplo sentido, o dócil e que vem como conforto e não agressão se fazem a cada novo dia mais difíceis de encontrar, as velhas estórias, os contos sem maldade inserida, o palhaço que incitava o riso sem o desgrenhar no horrendo, tudo se vai indo em substituição pelo que mais involuciona, causa entropia. É uma cena trágica dos palcos na atualidade.

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