segunda-feira, maio 15, 2006

+A VIDA FALSA

A VIDA FALSA

A mente, quando corretamente usada, é um instrumento, a alma pura é a consciência, o Espírito Divino, o fundo que está mais além.
Seguindo nesse rumo, vem a noção à perceptividade de que quando se vive a realidade livre na realidade, ou seja, sem conceitos, idéias atidas à algo, circunstâncias, etc., se está fazendo consciente de e do que existe verdadeiramente, em que está a mente, o que há além da mente. A consciência, a alma toma conhecimento disso, e indo em conseqüência no aprofundamento chega ao grande seio de verdade que está além do semi-consciente ou inconsciente comum da existência( simplificando, a mentira em que se vive mesmo sem disso o saber) e que se perde, ou melhor, se encontra estático em meio ao puro vivifico da verdade, a realidade existindo e nela não se estando.
Palavras um tanto estranhas foram escritas até este momento, dado que, ao comum do que nos é discutido como ciência, filosofia, o que comumente nos conduz à pensamentos que se fixam, e fixam o pobre homem fora dele mesmo, com a criação dentro dele do que não é autenticamente interior; conceitos, idéias, apegos, vivências e histórias que prendem o homúnculo ao passado, a conceituação, ao irreal, o tempo, fazendo-o algo que está no presente sem consciência deste. Passos sonâmbulos, uma existência carecedora de todo choque que o desperte a viver a realidade, termos um tanto enfáticos, no entanto cabível.
É contundente e claro que há realidade ilusória, ou subjetiva e realidade autêntica ou objetiva. A primeira irrealidade, o termo correto, obviamente são e se correspondem com os estados do entendimento mental condicionado e atrelado a percepção do que existe de forma idiossincrásica ou pessoal de ver; a segunda corresponde a estar livre de conceitos e concepções baseadas em, como exemplo, o que foi citado no estado anterior e sendo consciente do que é e de onde se está, tendo como centro a alma a compreender sem outras metas além de saber o que existe e suas capacidades, a inquietude de aumento da existência dado que a mesma é infinda, vide o universo e o que já se diz cientificamente sobre tal, e nessa existência sem o desprendimento da realidade viva a cada momento, indo ao além, transpondo o mundo das percepções. Existir de fato, o que os poetas, os filósofos, místicos, artistas e cientistas introspectivos, não fantasiosos mas objetivos chamam de nada.
É estranho estar no presente e não ser presente, anormal viver sem ter o conhecimento de fato do que se é, sendo assim uma sombra com um nome, uma família, um emprego, um modo de vida em que nasceu, vive e onde depois morre sem saber algo do que foi condicionado, o que aprendeu, o que ensinaram, o que deduziu com base no que já sabia a mente.
Se está a todo momento sem estar no presente, sem vida; utilizando as metáforas do artista, está opaco. É o vago, o que não há, já que é tempo e naturalmente por não ser real, vai ser destruído; legitimo exemplo: a historia. A mesma nos mostra hábitos e costumes diferentes através (ou algo sério, fora) da realidade, dado que se estivesse o homem vivente na realidade que é uma: o infindo, o infinito, de fato estaria em outra situação e visão, questão interessante é a de o que seria menos importante como a inter-relação social, cultural por ser algo tão básico em um ponto de vista de consciência normal, no seu ser tão mínima sendo tão mutante e instável de fato, é verossimilhante perigosa, aclarando, por se estar em algo tão mínimo desde o ponto de vista da consciência de vida em comum, (a vida em inter-relação) haver quanto ao mínimo, a subsistência, por exemplo, não ser como o é, algo incipiente, mas, obstante, complicado como conseqüência da irrealidade do que se carrega dentro. A abominação, o apego, o orgulho, o vicio, a ira, a luxuria. O ego o que traz perigo a vida, pois o deletério de um afeta os outros e vice-versa.
O conhecimento do que se é trata-se de um ponto crucial para despertar para a realidade e tornar-se realidade, a viva vida que é alma, o mesmo que consciência,que dorme e na percepção dormente se vive muito distante do espírito, no ?eu? que está muito além da própria eternidade, apenas um reino do próprio divino.
A desarmonia é uma característica notável na involutiva civilização cientifica e fútil moderna que vive-se na atualidade. O esdrúxulo, o bizarro, o pervertido torna-se algo cada vez mais, é triste falar dessa forma, firmado. O resultado da percepção egoica se verifica na cultura que transmuta-se a cada passo mais e mais em lixo moral, a vida fria e desumana que punge com o acerto fulminante do erro e suas conseqüências, e o pior, há paixão pelas conseqüências em que se está. Perversão.
A realidade sendo algo indefinível, já que abarca o inabarcavel infindo, não é possível ser sintonizada no perverso uma vez que o perverso é algo definido e preso no seu tempo na sua irrealidade, na ilusão. Ser um verso, trata-se de algo já complexo e perverso mais ainda, ser o nada é o ser.
Os covardes, que intuem que há algo mais, os tolos vivem em sua comodidade da assistência da vida medíocre, os que buscam a verdade abandonam à tudo, mesmo vivendo com tudo o que tem. Agir com sabedoria, com tenacia e equilíbrio na vida e o desvio da perigosa vivencia dos conflitos e feitos inúteis e retardatários é algo que a todo sincero urge imediato, na busca pela verdade, ruinar-se em passionalidades, com o biltre, o encantavel , o sonhante, resulta empecilho claro e pedra no meio do caminho onde se pode negativamente estacionar. A verdade não tem liminares.
João Domínio

Um comentário:

Anônimo disse...

Vim para observar enquanto contemplo,
o conhecimento é tão vasto..
todo santo dia começo do zero
e vou.
Somos poetas.
Escolhi a ponta incerta do abismo
porque gosto do Cântico, me toca,
desidentifica, a alma se aproxima.
Não conseguiria, não fosse ela,
a buscar-me, sussurrar-me sutilmente,
todo santo dia, toda santa hora,
minha alma é assim, poesia,
como a tua.
abraços cósmicos ao irmão
das estrelas. Carmen Regina.